Nenhum instrumento é tão brasileiro quanto o cavaquinho. Os portugueses só tiveram o trabalho de inventá-lo, porque todo o resto da história deste belo instrumento só pode ser contada aqui no Brasil. Cavaco, cavaquinho, braguinha, braga, machete ou machetinho, não importa como você o chama, este pequeno instrumento já alegrou tanta gente que nós da Mundomax resolvemos contar sua história aqui. Mas antes de começar a ler, dê um play abaixo para escutar Waldir Azevedo, música Carioquinha.
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Tudo começou em Braga (região do rio Minho), por isso o nome de “braguinha”. O temperamento festeiro do povo do Minho, com suas cantorias de rua e danças festivas, era o meio ideal para que o cavaquinho nascesse se tornasse popular. Mas logo o Cavaquinho chegou em Lisboa, capital portuguesa, lá o cavaquinho ganhou ares meio cosmopolitas e passou a ser usado em conjunto com bandolins, violas e guitarras, nas chamadas tunas. Abaixo, exemplos de cavaquinhos Minho e Lisboa respectivamente.
Tendo ido para o Algarve, e as províncias ultramarinas dos Açores e Ilha da Madeira, o Cavaquinho foi logo embarcado rumo às colônias e aos portos comerciais que Portugal havia conquistado. Assim, esse pequeno pedaço de madeira, como o nome indica, foi levado para a África (Cabo Verde, Guiné Bissau, Angola, Moçambique), Índia, Jacarta na Indonésia, Havaí e, finalmente, para a terra que o adotou e consagrou o instrumento: o Brasil.
Tocado desde os tempos do Brasil colonial, o cavaquinho participou ativamente da gênese do lundu, considerado nosso primeiro gênero popular. Foi quando o Cavaquinho formou dupla com o pandeiro, aliás, até hoje se tocarmos dois violões e pandeiro, os sons não se compactam. Só quando entra o cavaquinho é que essa base, tão usual na música brasileira, passa a funcionar satisfatoriamente.
Mas com o surgimento do samba na década de 1910, que o cavaquinho se consagrou, virou instrumento indispensável, tanto nos desfiles das escolas de samba, quanto na intimidade da criação do sambista.
Historicamente, são três os cavaquinistas que foram fundamentais no Brasil:
– Nelson Alves, ou Nelson Cavaquinho (foto ao lado), (1895/1960): integrante do grupo de Chiquinha Gonzaga e dos Oito Batutas. Autor de choros como “Mistura e manda” e “Nem ela…nem eu”.
– Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano 1908/1987): presença marcante na história dos chamados “conjuntos regionais”, formou com Dino e Meira, o mais célebre trio de base. Tocou no conjunto de Benedito Lacerda desde fins dos anos 1920 e depois liderou seu próprio grupo.
– Waldir Azevedo (1923/1980): o popularizador do cavaquinho como instrumento solista. Autor de grandes sucessos como “Brasileirinho” (video abaixo), “Pedacinhos do céu” e “Delicado”. A partir de seu sucesso, dentro e fora do Brasil, foram surgindo muitos solistas do instrumento, quase todos imitadores de Waldir.
A sua construção
Como não poderia ser diferente, o Cavaquinho tornou-se uma experiência artesanal, é feito do jeito que dá, com madeiras e mão de obra que estão disponíveis. Sendo assim, encontram-se cavaquinhos das mais diferentes madeiras e com os mais rudimentares erros de construção até os dias de hoje.
Porém, há alguns anos, fábricas como Giannini e Rozini, resolveram colocar a mão na massa, e otimizaram o processo. Começaram a criar Cavaquinhos com madeiras nobres como Jacarandá, Pinho Suéco, Imbuia entre outros.
Na loja Mundomax você encontra muitos cavaquinhos, de cavacos para iniciantes, como o Cavaquinho Elétrico Natural GCSX15 GIANNINI, até para profissionais, como o Cavaquinho Elétrico Clássico Mário Sérgio ROZINI (foto ao lado)
Astronauta Max
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os portugas inventaram o cavaquinho…mais a verdadeira história dele é contada no brasil.
Parabéns , conteúdo organizado e muito bom!